Makai Hakkenden Shada (PC Engine)

Produzido pela Data East, este Makai Hakkenden Shada é literalmente um clone dos primeiros Ys da Falcom. No entanto, ao contrário do original que é um clássico, mesmo com toda uma série de mecânicas algo antiquadas, este clone infelizmente está muito longe de chegar ao mesmo nível. É no entanto um jogo que recebeu um patch de tradução feito por fãs, pelo que eu como fã de RPGs acabei por comprar um exemplar para a minha colecção. Foi comprado a um particular na vinted algures em Setembro do ano passado!

Jogo com caixa e manual embutido com a capa

A história leva-nos a controlar um samurai que procura, em conjunto com uma panóplia de outros NPCs que vamos encontrando à medida que vamos explorando, uma série de cristais mágicos para evitar que uma criatura maléfica ressuscite e traga a calamidade.

Quaisquer semelhanças com o Ys não são mera coincidência

A jogabilidade é então a de um Ys, na medida em que não temos um botão de ataque, mas sim teremos de ir contra os inimigos que nos rodeiam para lhes causar dano, no entanto se ficarmos estáticos vamos recuperando vida. Infelizmente o sistema de detecção de colisões é mau e muitas vezes vamos apenas sofrer dano em vez de o causar e tendo em conta que não existem quaisquer frames de invencibilidade após sofrer dano, poderemos correr o risco de sofrer dano continuamente enquanto estivermos em contacto com o inimigo. À medida que vamos lutando ganhamos também dinheiro e experiência e poderemos comprar/encontrar toda uma série de itens e equipamento novo. Também poderemos desbloquear uma série de ataques ou habilidades mágicas que nos melhoram as nossas características. No entanto sempre que utilizarmos as magias, visto que a Data East achou boa ideia não nos dar uma barra de magia, gastamos pontos de vida.

Apesar de existir uma tradução para inglês, ou este não é grande coisa, ou os textos originais também não

Como devem calcular, este é então um jogo que nos irá obrigar a uma dose considerável de grinding, para conseguirmos chegar às dungeons fortes o suficientes para conseguir derrotar o boss que nos espera lá. Mas se por um lado na série Ys o grinding acabava por ser agradável quanto mais não fosse pela excelente banda sonora que o jogo tem. Infelizmente isso também não acontece aqui, pois a banda sonora é francamente má, exceptuando um ou outro tema que achei mais agradável. A nível visual também não esperem por um jogo muito trabalhado. Sendo um jogo no formato HuCard obviamente que não esperava encontrar grandes cutscenes, mas esperava sim que as sprites fossem talvez maiores, mais detalhadas e animadas. De resto, tal como já referi, esperem por semelhanças com Ys até nos cenários! Para terem uma ideia, uma das últimas dungeons possui um labirinto com espelhos que servem de portais, tal como no Ys.

Este é dos poucos momentos visuais mais bonitos

Portanto este é um clone de Ys que sinceramente deixa muito a desejar. A PC Engine está repleta de RPGs que se ficaram apenas por solo japonês e fico muito contente sempre que alguém decide traduzir algum para inglês. No entanto este não é de todo dos melhores exemplos.

Street Fighter: The Movie (Sega Saturn)

Um videojogo baseado num filme que por sua vez é baseado num videojogo. Ora cá está algo que não se vê todos os dias. Confesso que as minhas memórias de criança/adolescente do filme até são algo agradáveis, mas não estou com muita vontade em o rever, é que sinto que vai arruinar tudo e depois de jogar este jogo ainda menos vontade tenho. O meu exemplar veio cá ter à colecção em partes. O CD veio dentro de uma consola que um amigo meu comprou ao desbarato numa feira de velharias há uns bons anos atrás e acabou por mo oferecer. A caixa e o manual foi comprada há relativamente pouco tempo atrás no OLX por uns 15€ se bem me recordo.

Jogo com o manual embutido com a capa. Curiosamente é o único lançamento PAL que usa as mesmas caixas norte-americanas, bastante mais frágeis.

Ora o filme tinha como principais protagonistas o conhecido actor de filmes de acção Jean Claude Van-Damme no papel de Guile, e o já falecido Raul Julia no papel do vilão Bison. Todos os restantes actores confesso que nunca mais ouvi falar deles, excepto para a actriz que representa a Cammy, pois é nem mais nem menos que a artista pop Kylie Minogue! Muito por alto, a história do filme coloca Guile como líder de um pequeno exército que pretende localizar e derrotar Bison, que havia feito uns quantos reféns e exigia uma grande compensação financeira pelo seu resgate. A equipa que produziu o filme tomou grandes liberdades com outras personagens, como é o caso dos favoritos Ryu e Ken serem aldrabões que tentam vender armas (de brincar) à organização terrorista de Bison, o Honda ter origem havaiana, entre outras atrocidades.

O modo história mostra-nos várias cenas do filme e dá-nos também a liberdade de escolher o caminho que queremos seguir, o que resultará em lutas contra oponentes diferentes

No que diz respeito aos modos de jogo, o principal é o Movie Battle, onde controlamos Guile. A ideia é, em 50 minutos, teremos de vencer toda uma série de combates até chegar ao Bison, caso contrário é game over. Entre combates vamos tendo várias imagens estáticas (ou mesmo pequenos trechos do filme) que vão narrando a história e temos sempre que fazer uma escolha entre duas alternativas, que vão ditar qual o oponente que enfrentamos a seguir. Se perdermos um combate não temos grande penalização pois poderemos tentar novamente, temos é de garantir que chegamos ao Bison em 50 minutos. O modo Street Battle já é um modo mais arcade, onde escolhemos uma personagem e teremos de enfrentar todas as restantes, o versus é um multiplayer para dois jogadores e o trial é uma espécie de modo de desafio, onde confesso que acabei por não perder grande tempo com o mesmo.

No modo história o primeiro combate é sempre contra o Bison, mas é um combate que não precisamos de vencer.

Já na jogabilidade, convém dar um pouco mais de contexto adicional. O lançamento original deste Street Fighter The Movie foi nas arcades e, visto que a Capcom não tinha experiência em produzir videojogos com gráficos digitalizados, recorreram a uma empresa norte-americana com a qual já tinham colaborado no passado, a Incredible Technologies. Mas digamos que a Capcom os deixou demasiado à vontade, pelo que quando os japoneses finalmente os visitaram para avaliar o progresso do jogo, com este já bastante avançado no seu ciclo de desenvolvimento, a surpresa foi muita e não para melhor. Confesso que não cheguei a experimentar (nem sequer através de emulação) a versão original arcade, mas a opinião geral é que é péssima (se bem que a internet gosta muito de exagerar). Já no que diz respeito às versões para consolas, a Capcom decidiu converter o jogo eles próprios, pelo que a jogabilidade é bem mais próxima dos Street Fighter normais, ou seja os 6 botões faciais da Saturn a servirem perfeitamente para socos e pontapés, fracos, médios ou fortes. Golpes especiais estão também aqui presentes, assim como uma barra de special que uma vez cheia nos permite desencadear alguns golpes especiais ainda mais poderosos.

Bom, digamos que os efeitos especiais não “casam” bem com as imagens digitalizadas.

Qual o problema? Bom, sinceramente achei o jogo bastante lento, com animações bastante estéreis e a nível audiovisual também não é incrível. As sprites são digitalizações dos actores reais, assim como os cenários que são naturalmente inspirados no filme. Mas a fluidez de jogo está longe do que a série Street Fighter bem nos habituou e isso é o que acaba por prejudicar mais o jogo na minha opinião. O som também achei francamente mau, com vozes bastante abafadas e uma banda sonora bastante má. Portanto se a versão arcade tem a fama de ser ainda pior… medo! E medo também se voltar a ver o filme ao fim de todos estes anos!

Hurricanes (Sega Mega Drive)

Baseado num desenho animado do qual eu não tenho quaisquer memórias, este é um jogo de plataformas que nos faz lembrar títulos como Marko’s Magic Football ou Soccer Kid, isto porque este Hurricanes é um jogo de plataformas onde controlamos alguém com uma bola de futebol agarrada aos seus pés. O meu exemplar foi veio de uma loja do Reino Unido através de um amigo meu, tendo-me finalmente chegado às mãos algures no mês passado.

Jogo com caixa e manual

Presumo que a história siga alguma coisa dos desenhos animados, mas como nunca os vi (ou se vi confesso que não me recordo de rigorosamente nada) posso estar redondamente enganado. Basicamente a trama anda à volta da equipa de futebol Hurricanes que iria participar num jogo importante algures numa ilha remota. No entanto a viagem até esse destino está constantemente a ser sabotada pela equipa rival, os Gorgons. E isso é a desculpa necessária para acabarmos por explorar os mais variadíssimos cenários, desde florestas, selvas, aeroportos, casas assombradas, ruinas indígenas, entre muitos, muitos outros.

Antes de cada nível temos a liberdade de escolher qual das 4 personagens jogáveis queremos representar. Mas as diferenças são apenas estéticas.

No que diz respeito à jogabilidade, este é um jogo de plataformas genérico, onde o objectivo de cada nível é o de descobrir a sua saída, marcada pela forma de um símbolo dourado e brilhante. Ocasionalmente teremos alguns bosses para enfrentar também. A diferença é que, tal como no Marko’s Magic Football, a personagem que controlamos tem (quase) sempre uma bola de futebol aos seus pés, pelo que esta é usada como o método de ataque. A nível de controlos, botão A salta, botão B (em conjunto com o direccional) serve para correr e o C é utilizado para chutar a bola. Cima e C em simultâneo resulta num pontapé picado em arco que poderá ser útil em certas circunstâncias. Sendo este um jogo de plataformas europeu, espalhados pelos níveis vamos ter também inúmeros itens e power ups para apanhar. Tudo o que é alimento serve para regenerar a nossa barra de vida, medalhas são vidas extra, chuteiras coloridas podem aumentar o poder dos nossos ataques, velocidade ou capacidade de saltar mais alto, outros itens podem-nos dar invencibilidade temporária, paralizar/destruir todos os inimigos no ecrã ou simplesmente dar mais pontos. Ocasionalmente vemos uns “baldes” coloridos e com uma figura de uma bola de futebol. O objectivo é, através de um pontapé em arco, conseguir encaixar a bola dentro desse balde. O resultado é uma bola da mesma cor que também poderá dar alguns efeitos temporários, como maior poder de ataque ou mesmo um escudo.

Chutar a bola contra os inimigos. É assim que se ataca aqui.

Antes de cada nível podemos escolher com qual das personagens dos Hurricanes queremos jogar, mas essa escolha é meramente estética, pois nenhuma das personagens disponíveis possui habilidades ou características que as distingam, o que é pena. De resto este é então um jogo de plataformas algo simples, mas ao menos é um jogo onde não nos obrigam a coleccionar toda uma série de objectos antes de podermos avançar de nível (o que aparentemente fizeram na sua versão Game Gear). A excepção para mim vai para os últimos dois níveis, onde os inimigos e obstáculos são inúmeros e é muito difícil não sofrer dano. O último nível em particular é super linear, mas tem dezenas de polícias que nos mandam parar, impedindo-nos assim de progredir no nível. O que temos de fazer ali é chutar a bola em arco para que a mesma lhes acerte na cabeça e aí os polícias já nos deixam avançar. O problema é que temos de fazer isso enquanto nos desviams/atacamos vários outros inimigos em simultâneo.

Sempre que perdemos uma vida lá vem este árbitro no seu pedestal voador mostrar-nos um cartão amarelo

A nível audiovisual sinceramente este jogo até é bem conseguido, particularmente nos seus gráficos. Apesar de não ter o charme do Marko’s, os gráficos são bastante coloridos e com um bom nível de detalhe, não deixando de incluir alguns bonitos efeitos de parallax scrolling ocasionalmente. Para além do que eu já mencionei algures acima, os níveis são bastante distintos entre si, assim como os inimigos que iremos enfrentar. Ou às vezes temos também outros detalhes interessantes, como o árbitro que surge do nada para nos mostrar um cartão amarelo de cada vez que percamos uma vida (e um vermelho quando perdemos todas). Já a banda sonora sinceramente, apesar de ter achado as músicas agradáveis no geral, acabou por me passar um pouco despercebida, tirando uma ou outra música mais mexida que já achei melhor conseguida.

Quando chutamos a bola para longe, vem sempre outra ter aos nossos pés. A excepção é, claro, em casos destes onde não temos os pés assentes no solo.

Portanto este é um jogo de plataformas que apesar de colorido, bem detalhado e acima de tudo bastante variado nos níveis que nos apresenta, não deixa de ser algo genérico. A possibilidade de jogarmos com várias personagens distintas onde nenhuma possua diferentes características também me pareceu uma oportunidade perdida, sinceramente. Mas não é um jogo mau de todo.

Alien 3 (Sega Game Gear)

O artigo de hoje é uma super rapidinha pois é uma versão practicamente idêntica de um jogo que eu já cá trouxe no passado, o Alien 3. Sendo a Game Gear essencialmente uma Master System portátil (se bem que com a capacidade de ter mais cores em simultâneo no ecrã, com a penalização de uma resolução inferior), é normal que os jogos que saiam nas duas plataformas sejam muito parecidos, senão mesmo iguais. O meu exemplar foi comprado a um amigo meu por 10€ algures no mês passado.

Jogo com caixa e manual

Este jogo é uma “adaptação” do filme Alien 3, mas ao contrário do filme onde teríamos só uma dessas criaturas com que nos preocuparmos, aqui temos aliens às dezenas para combater. O objectivo é, em cada nível, resgatar uma série de prisioneiros e depois disso encontrar a saída do nível, tudo dentro de um tempo limite que até pode ser algo apertado dada a natureza labiríntica dos níveis. Teremos várias armas distintas com as quais os podemos combater, desde as pulse rifles, lança chamas, granadas, entre outros, cada qual com munição limitada. Os controlos são simples, com um botão para saltar, outro para disparar a arma actualmente seleccionada. Pressionando o botão 2 em simultâneo com a direcção baixo permite-nos ir rodando entre as armas disponíveis. Para além dos níveis normais, ocasionalmente teremos também alguns bosses para derrotar.

Mesma coisa que na Master System, mas com um ecrã mais reduzido

A versão Master System deste jogo já era bastante similar à versão Mega Drive, embora esta seja superior a nível audiovisual. Entre a versão Master System e esta da Game Gear o jogo é, creio eu, exactamente igual, excepto em duas particularidades. Uma é o facto de o ecrã e resolução ser mais reduzido na Game Gear o que não é bom visto a agilidade das criaturas que nos atacam. Com maior resolução horizontal na Master System temos um pouco mais de folga para reagir atempadamente. A outra diferença está no facto de a versão Master System ter um modo que permite multiplayer para 2 jogadores (embora cada um jogue à vez), o que não fazia muito sentido estar a trazer para esta versão portátil. De resto, bons gráficos e som, para um sistema 8bit, tal como já havia referido na versão MS.

Vigilante (Turbografx-16)

Vamos continuar pelas rapidinhas, desta vez na PC Engine / Turbografx-16 para mais uma adaptação do beat ‘em up clássico da Irem, o Vigilante, que por acaso já cá tinha trazido para a Master System há uns bons anos atrás. O meu exemplar para este sistema da NEC/Hudson foi comprado a um particular algures no mês passado (juntamente com mais uns quantos outros jogos de TG-16). A parte interessante é que todos os jogos que vieram desse lote foram edições distribuídas em Portugal, com um autocolante em português na parte de trás da caixa e um manual extra em português também.

Jogo com manual embutido na capa e um manual adicional em português!

Ora o Vigilante é um beat ‘em up bastante simples, daqueles em que nos movemos num plano 100% em 2D. É na verdade um sucessor espiritual do Kung-Fu, que havia também sido produzido pela Irem, mas desta vez com uma temática mais moderna, mas não menos cliché. Isto porque um grupo de bandidos (skinheads) raptou a nossa namorada e claro, teremos de fazer justiça pelas nossas mãos e resgatá-la!

Apanhar as nunchucks faz uma grande diferença! O primeiro boss nem nos toca se formos agressivos o suficiente.

A nível de jogabilidade este é então um jogo simples, na medida em que temos um botão para dar socos e outro para pontapés. Saltar? Felizmente não precisamos de pressionar em ambos os botões em simultâneo mas teremos de carregar para cima no direccional. A nível de power ups não esperem grande coisa a não ser uma nunchuck que poderemos encontrar ocasionalmente e cujos golpes, para além de terem mais alcance (o que é precioso) também dão mais dano. De resto é um daqueles jogos onde teremos dezenas de inimigos a surgirem continuamente de todos os lados pelo que deveremos ser algo ágeis em reagir e evitar sermos agarrados por eles. Quando isso acontece, a nossa barra de vida esvazia-se muito rapidamente, o que nos obriga a reagir também rapidamente ao pressionar o direccional. De resto é um jogo bastante curto com 5 níveis apenas e eventualmente lá conseguiremos chegar ao fim.

O que se fará numa Pipi Room?

A nível audiovisual esta versão é bastante superior à da Master System. Os seus gráficos são quase arcade perfect, sendo bem mais detalhados que na versão da máquina de 8bit da Sega. Já no que diz respeito ao som no geral, sinceramente não fiquei grande fã. As músicas não são nada de especial, os efeitos sonoros são simples e as poucas vozes digitalizadas que aqui existem são poucas e de fraca qualidade. Mas não deixa de ser um jogo divertido quanto baste para quando temos pouco tempo disponível.