MadWorld (Nintendo Wii)

MadWorldJá há bastante tempo que não fazia nenhum artigo sobre algum jogo da Nintendo Wii. Não é pela consola ter poucos jogos interessantes, o que na minha opinião nem é verdade, mas sim pela sua maioria usar e abusar dos controlos de movimento, algo que eu abomino, ainda por cima com comandos tão desconfortáveis de usar como os da Wii. Infelizmente este MadWorld é um dos que pertence a essa categoria, pelo que levei imenso tempo até finalmente ter conseguido chegar ao fim, já que a vontade de lhe pegar não era muita precisamente por essa razão. No entanto não deixa de ser um jogo bastante original, como irei referir mais à frente. Este meu exemplar custou-me 5€ na CEX do Porto, já há uns bons meses atrás.

MadWorld - Nintendo Wii
Jogo completo com caixa, manual e papelada

Bom, Madworld é um jogo extremamente violento – mas de uma maneira que até acaba por ridicularizar a coisa e com uns gráficos bem estilosos que nos remetem de imediato para o Sin City de Frank Miller, pois é tudo em tons de preto, branco e vermelho de todo o sangue que vamos acabar por espalhar. Mas na realidade, de que se trata então este jogo? Qual o propósito de tanto caos e violência desenfreada? Bom, tudo começou com um aparente atentado terrorista de larga escala que isolou uma cidade de todos os contactos com o mundo exterior. Logo depois foi largado um vírus mortífero que infectou toda a população e os terroristas disseram que dariam o antídoto a todas as pessoas que assassinassem outras. Ficou assim lançado o mote para todo o caos e violência que mais tarde acabou por se tornar no DeathWatch, um “desporto” televisivo de combates até à morte, uma espécie de gladiadores dos tempos modernos e com o financiamento de grandes tubarões financeiros. O nosso herói é o Jack Cayman, que se infiltra na tal cidade de Varrigan para participar nos jogos, mas com outras intenções por detrás, que acabam por ser reveladas à medida que vamos progredindo.

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A motosserra é a nossa melhor amiga!

Ora Jack possui uma motosserra embutida na armadura do seu braço direito, logo só por aí já dá para perceber que poderíamos vir a passar um bom bocado. E de facto MadWorld é bastante violento pois os cenários estão repletos de armadilhas como paredes com espinhos gigantes, prensas, comboios a passar, sanitas (sim, leram bem) bem como imensos objectos que podemos utilizar para ajudar à festa como pneus, caixotes do lixo ou sinais de trânsito. Porque uma coisa é matar um oponente à pancada ou coma  motoserra, mas outra é prendê-lo com um pneu, atravessar-lhe um sinal de trânsito pelo pescoço, pegar nele e atirá-lo para um caixote do lixo em chamas. Este tipo de combinações são precisamente as coisas mais encorajadas neste jogo, pois tão mais pontos e os inimigos não páram de surgir enquanto não estabelecermos um certo número de pontos para desbloquear a luta contra o boss daquele nível. Outra das coisas que é desbloqueada por pontos em cada nível são os Bloodbath Challenge. Esses são desafios onde dispomos de um curto intervalo de tempo para matar o máximo número possível de oponentes de uma certa forma: tanto temos de atirar inimigos para debaixo de uma enorme prensa, ou abanar uma enorme garrafa de champanhe, enfiá-la num olho de algum bandido e atirá-lo para um alvo longínquo… como podem ver, as possibilidades são imensas!

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Os bloodbath Challenges são desafios bem originais… acompanhados por comentadores bem sarcásticos

Agora os problemas… infelizmente e na minha modesta opinião, o maior problema deste MadWorld são precisamente os seus controlos. É que como referi no primeiro parágrafo, este é daqueles jogos que apenas suportam o Wiimote e o Nunchuck, sendo que eu acho o Wiimote o comando mais desconfortável de todo o sempre. Nem preciso de fazer grande espalhafato em movimentos, basta segurá-lo por algum tempo que a mão começa logo a dar de si. De resto, temos botões para tudo e mais alguma coisa, sendo que teremos de abanar o Nunchuck para fazer Jack desviar-se de ataques dos oponentes e o Wiimote, em conjunto com o botão B que activa a motoserra para desferir os golpes na direcção pretendida. Por vezes temos também alguns quick time events, em especial nos combates contra os bosses, que realmente exigem que repliquemos alguns movimentos indicados no ecrã. Isso é tudo muito bonito, mas eu trocava toda essa inovação pelo suporte ao comando da Gamecube ou do Classic Controller.

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Quanto mais violentos formos, maior é a pontuação e mais rápido podemos acabar o nível

Graficamente é um jogo bastante estiloso, ao apresentar gráficos quase monocromáticos onde as únicas cores que vemos para além do preto e branco é o vermelho de todo o sangue derramado e uma ou outra indicação em amarelo. Na minha opinião foi algo que resultou muito bem, como aliás já tinha resultado em Killer 7, embora aí essas experiências não tenham sido exactamente idênticas. Claro que este grafismo permitiu disfarçar algumas imperfeições gráficas, mas no geral acho que ficou um jogo com uns visuais muito bem conseguidos. As músicas é que já não são muito do meu agrado pois há um grande foco no hip-hop. Por outro lado o voice acting parece-me bem competente, em especial o dos comentadores televisivos que nos vão acompanhando o nosso progresso no concurso do DeathWatch, sempre com grandes tiradas de humor negro. Se chegarem a ver os créditos finais do jogo… então é um fartote!

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Os níveis são de exploração livre, temos é um tempo limite para atingir os pontos necessários para enfrentar o boss e derrotá-lo.

Para além do mais, o jogo ainda nos recompensa um pouco para o jogar várias vezes ao desbloquear outras armas como uma katana ou uma motosserra dupla, bem como ao adicionar novos Bloodbatch Challenges ao modo história. Para além disso possui uma vertente multiplayer que sinceramente não cheguei a experimentar.

Em alguns sítios foi bastante criticado pela sua violência extrema, tendo até sido banido em alguns locais. No entanto, apesar de violento, todas essas mortes acabavam por ser bastante cómicas, até porque a certa altura apareceram zombies e ETs lá à mistura… De resto é um bom jogo da Platinum Games, esse excelente estúdio nipónico que quando esteve juntamente com a Sega nunca conseguiu obter o sucesso que deveria. Só é pena mesmo não haver um modo “normal” onde o possamos jogar com os controlos normais, no conforto do nosso sofá.

Autor: cyberquake

Nascido e criado na Maia, Porto, tenho um enorme gosto pela Sega e Nintendo old-school, tendo marcado fortemente o meu percurso pelos videojogos desde o início dos anos 90. Fã de música, desde Miles Davis, até Napalm Death, embora a vertente rock/metal seja bem mais acentuada.

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